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Arquitetos: David Chipperfield Architects
- Área: 11 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Richard Davies, Alessandra Chemollo, Alberto Parise
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Praça de São Marcos, além de ser uma das praças mais conhecidas do mundo, é uma demonstração extraordinária e explícita de espaço público ordenado definido em três de seus quatro lados pela Procuratie Vecchie, Procuratie Nuove e pela Procuratie Nuovissime.
A Procuratie Vecchie foi desenvolvida ao longo de todo o lado norte da praça, na primeira metade do século XVI, sob o programa de renovação urbana do Doge da República de Veneza. Andrea Gritti e três arquitetos, Mauro Codussi, Bartolomeo Bon e Jacopo Sansovino, estabeleceram a linguagem antiga moderna adotada pelos desenvolvimentos posteriores da Procuratie nos lados oeste e sul da praça.
A Generali, que acaba de iniciar sua vida na Procuratie Vecchie e adquiriu quase que inteiramente ao longo dos anos a edificação, estabeleceu como objetivo levar a Procuratie Vecchie a uma relação mais comprometida com a cidade de Veneza. Por meio das atividades da The Human Safety Net, fundação da Generali situada no ático, uma grande parte da edificação tornou-se acessível ao público pela primeira vez em meio século.
O escritório de David Chipperfield Architects de Milão desenvolveu o conceito do projeto que não é definido por um único gesto arquitetônico, mas sim por uma série de intervenções que abordam a complexidade do trabalho através de uma abordagem flexível de modo a interpretar e dar sentido tanto às modificações históricas como às adaptações práticas da Procuratie Vecchie.
As intervenções incluem a restauração do primeiro e segundo pavimento, onde se encontram os escritórios mais prestigiados da companhia de seguros Generali. A readequação tornou o local acessível e promoveu a utilização dos espaços através da inclusão de uma nova circulação vertical, bem como, a reforma do terceiro pavimento tornou público os espaços de exposição, assim como locais de trabalho, de eventos e um auditório ligado à Rede de Segurança Humana.
As intervenções aplicaram técnicas de construção antigas, locais e tradicionais e recorreram às técnicas artesanais para o piso, paredes e teto, utilizando pastellone e terrazzo, marmorino e scialbatura, mas também cocciopesto e cotto. Tais técnicas foram utilizadas não para impor, mas sim herdar, e completar em um único bloco, além de recuperar a integridade do que está presente há centenas de anos, provavelmente no lugar mais representativo de Veneza.